segunda-feira, 2 de maio de 2011

PTN: a um passo de aderir ao governo

Romulo Faro – TRIBUNA DA BAHIA

Após um período considerado frio, o namoro entre o governador Jaques Wagner (PT) e o PTN esquentou de vez. Uma reunião na próxima semana entre o presidente estadual do partido, o secretário municipal da Educação, deputado licenciado João Carlos Bacelar; o secretário das Relações Institucionais do governo (Serin), Cézar Lisboa, e o chefe de gabinete de Wagner, Edmon Lucas, deve bater o martelo em torno da articulação. Fonte que goza de proximidade do chefe do Executivo baiano e de Bacelar disse à Tribuna que o encontro só não aconteceu esta semana por incompatibilidade de agenda dos protagonistas.
Apesar de reiterar que a decisão ainda não está tomada, Bacelar dá sinais de avanço nas conversas. “Nós integramos o governo de João Henrique (PP), que é da base de Wagner, então, nós temos que ter simpatia com o governo na Assembleia Legislativa”, afirmou o líder do PTN na Bahia. “A decisão de entrar para a base depende das conversas. Se o projeto atender o que a Bahia precisa, a gente pode fechar o apoio. Agora, nós temos que avaliar também as articulações políticas. Temos que ver quais são as ações previstas pelo governo para o futuro”. Não custa lembrar, em entrevista publicada na Tribuna no início da semana, Bacelar sacudiu a oposição com a declaração que “não há projeto alternativo ao de Wagner”.
O secretário de João Henrique reiterou também que o PTN não vislumbra o governo com vistas a cargos na máquina pública, mas que quer ter atuação na linha de frente do time de Wagner. “O governador já falou do interesse de ter a gente com ele, agora, nós somos um partido político e precisamos saber exatamente o que eles querem. Quem integra projeto quer participar do projeto. A gente não quer cargos. A gente não abre mão é de também ser protagonista do processo de execução do projeto", pontuou Bacelar.
Um sinal claro do alinhamento entre o PTN e Wagner ficou explícito esta semana na AL, quando a bancada votou com o governo no projeto da reforma administrativa. “Votamos a favor porque minha emenda foi aceita pelo governo. Agora, sobre a possibilidade de apoiar o governador, a gente pode discutir", admitou o deputado Carlos Geílson, que antes era tido como grande empecilho para a concretização do acordo entre o seu partido e a base.
Relação esfria com PV e PSC
Enquanto o namoro de Wagner com o PTN segue a todo vapor, prestes ao casamento, a articulação para que PV e PSC integrem a base hegemônica não vai muito bem. Pelo menos no que depender do presidente da legenda social cristã na Bahia, Eliel Santana, o namoro deve mesmo acabar. “Da minha parte, não houve nenhum avanço nem conversas nas últimas semanas. Eu soube que o governo está querendo articular com o PSC via deputados na Assembleia Legislativa.
Vamos ver se eles (os governistas) procuram a direção do partido. Mas eu confesso a você que estamos mesmo focados no fortalecimento do partido para as eleições do ano que vem. Com governo ou sem governo, esse é o nosso objetivo”, disparou Eliel Santana. O PSC conta hoje com quatro parlamentares na AL-BA.
O Partido Verde, por sua vez, também não tem demonstrado muito interesse na composição. Representado no Legislativo estadual apenas pelo deputado Eures Ribeiro, o partido mantém postura “independente”, mas sempre vota a favor do governo. O presidente do diretório estadual do PV, Ivanilson Gomes, tem discurso parecido com o do PTN e afasta a pretensão por cargos, mas garante o anseio por possibilidade de atuação política, sobretudo na área ambiental, a bandeira da sigla.
Ivanilson também já afirmou que o secretário Cézar Lisboa ainda não especificou o que Jaques Wagner espera dos verdes na sua base na casa legislativa. O líder dos verdes já declarou também que o partido não está ansioso com a articulação e que haverá novas conversas se os governistas o procurarem.(RF)

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