terça-feira, 3 de maio de 2011

Novo comandante da PM diz que vai tomar decisões junto com a comunidade

A partir de sexta-feira, o novo comandante geral da Polícia Militar terá a missão de garantir a segurança de 13 milhões de baianos



Bruno Wendel - CORREIO
bruno.cardoso@redebahia.com.br
A partir de sexta-feira, o novo comandante geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Braga de Castro, terá a missão de garantir a segurança de 13 milhões de baianos com efetivo de apenas 33 mil policiais. Mas para que isso seja possível, Castro disse que tem um desafio: trabalhar em conjunto. “O meu desafio é o de qualquer outro comandante: tomar decisões em conjunto com a corporação e a comunidade”, disse por telefone ao CORREIO, ontem à tarde.
Ainda na função temporária de coordenador da unidade de missões especiais da PM (CME), unidade responsável por coordenar o serviço de inteligência da corporação, Castro vai substituir o coronel Nilton Régis Mascarenhas, que ficou no comando da instituição por dois anos e oito meses. A solenidade de transmissão de cargo acontece na Vila Militar do Bonfim, Avenida Dendezeiros.
Segundo nota oficial, o governador Jaques Wagner decidiu fazer a substituição no comando da PM para promover a renovação dos quadros da instituição.
A mudança no comando da PM não foi a única feita este ano pelo governador. Em janeiro deste ano, o delegado federal Maurício Telles Barbosa assumiu a Secretaria da Segurança Pública (SSP) no lugar do também delegado federal César Nunes.

Em entrevista à época ao CORREIO, Telles disse que um dos seus objetivos é aplicação de um novo modelo de segurança (Bases Comunitárias), além de fortalecer as equipes policiais, reaparelhar o grupo e criar mais postos nas polícias Civil e Militar também estão na pauta do novo xerife da Bahia.

Ocupação

Com a mudança, o coronel Mascarenhas conclui um ciclo virtuoso na Polícia Militar, onde iniciou carreira como soldado e chegou ao cargo máximo como comandante.
Durante o período em que ficou à frente da PM, ele comandou operações importantes, dentro do Plano de Proteção ao Cidadão (2010) e do Pacto Pela Vida, com destaque para as realizadas recentemente no Nordeste de Amaralina e no Calabar. Além disso, Marcarenhas foi o principal articulador para implantação da primeira Base Comunitária de Segurança no Calabar.
Nos moldes das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) aplicadas nas favelas do Rio, cerca 120 PMs ocuparam o Calabar, em abril deste ano, e instalaram a primeira Base Comunitária de Segurança de Salvador. O programa visa reduzir o número de crimes contra a vida também entre os moradores do Alto das Pombas. O CORREIO tentou falar com Mascarenhas e o secretário da SSP, Maurício Telles, mas não teve sucesso.
Com 51 anos e casado, o coronel Castro foi admitido na Polícia Militar em 1978. De lá para cá, entre outras funções, foi instrutor dos cursos de Especialização em Gestão Estratégica em Segurança Pública e de Formação de Oficiais; comandante, por duas vezes, do 12º Batalhão da PM (Camaçari); e comandante do Batalhão de Polícia de Choque, unidade especializada da PM.
Em 2009, coronel Castro fez o curso superior de Inteligência Estratégica, na Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro.
PMs querem respeito a carga horária

O presidente da Associação dos Policiais Militares e Bombeiros de Estado da Bahia (Aspra), o soldado Marco Prisco, espera que o novo comandante-geral cumpra à risca a carga horária dos policiais - o que, segundo ele, não era respeitado na gestão anterior. “Devido a falta de efetivo, os policiais trabalham muito mais para que possam dar à sociedade uma sensação de segurança”.
Prisco disse que, devido ao excesso de trabalho, tem muitos policiais afastados das unidades. “Eles obrigam o policial a trabalhar no dia de folga. Algo sobre-humano. Tem colegas com vários problemas nas articulações, de estresse e até psiquiátricos”, assegurou. Segundo Prisco, dos 1.200 PMs afastados, a maioria entrou na polícia em 2000.

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